A joia da coroa do turismo da Jordânia, a misteriosa cidade que guarda tesouros, uma das sete maravilhas do mundo, a cidade rosa, Petra é tudo isso e muito mais... Na realidade não tenho palavras para expressar o turbilhão de sentimentos que ao visitar este lugar causou dentro de mim, não há nada para descrever o que é Petra. É ver para crer, enfim I N E X P L I C Á V E L.

Patrimônio da Humanidade pela Unesco e uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo. A Cidade Rosa, como é também chamada, foi fundada no século VI a.C pelos Nabateus, um engenhoso povo árabe, também conhecido por tribo de nômades que se fixaram a mais de 2000 mil anos e construíram um império comercial, mais conhecido como a importante rota da seda, das especiarias e outras rotas comercias que ligavam a China, a Índia, a Arábia do Sul ao Egito, Síria, Grécia e Roma. Entre anos de dominação romana e ocupação pelas Cruzadas, Petra só foi redescoberta em 1812, por um explorador suíço chamado Johann Ludwig Burckhardt.

Vou tentar relatar um pouco do nosso passeio a Petra, digo nosso pois estávamos em grupo de 25 pessoas da ZZZ Tour, muito bem acompanhados pelo Guia Rami.

Saímos cedinho do hotel que estávamos alojados e viajamos ao sul da Jordânia, cerca de 235 km, aproximadamente 3 horas da capital Amã até a cidade Wadi Musa, onde está localizado o sítio arqueológico de Petra.

Para se visitar a cidade de Petra, são cerca de 1,7km até o Tesouro, sendo que os primeiros 500m pode se fazer a pé, de charrete ou a cavalo exatamente como fez Mr. Jones no seu terceiro filme: “Indiana Jones e a Última Cruzada”.  Nós percorremos a pé, onde tivemos a oportunidade de ver os túmulos dos Nabateus, fato curioso que antes do sepultamento o corpo deveria ser lavado com vinho, para que os pecados fossem perdoados. Ao chegarmos no fim dos 500m e início do “Siq” ou desfiladeiro, fizemos uma paradinha técnica na loja de souvenires, segundo o relato bíblico diz que Jesus ganhou três presentes dos reis magos: ouro, incenso e mirra, paramos para conhecer a mirra, que é um forte anticéptico e anti-inflamatório. Continuamos o nosso passeio apreciando o sistema de aquedutos cavado nas paredes rochosas ao longo do caminho para o abastecimento de água na cidade de Petra.

Siq ou desfiladeiro é a estrada que nos leva a cidade de Petra, formada por um corredor de paredões rochosos que vão da cor bege ao vermelho. Do início do Siq ao Tesouro percorremos cerca de 1,2km de comprimento, a uma altura de 70m a 160m sobre as nossas cabeças, e uma largura estreita que vai de 4m à 12m. Este era o principal caminho do comércio da região na época, entre esculturas naturais que formam animais, de um lado vimos um elefante e de outro um peixe, ainda diversas esculturas nas paredes feitas pelo seu povo Nabateu que adoravam seus deuses e os animais, também era um caminho religioso, onde vimos uma construção em homenagem ao deus das caravanas comerciais. O caminho é fascinante, com as rochas se exibindo em tons vermelhos, amarelos, pretos e brancos, fazendo curvas como se estivessem dançando.

Um dos momentos mais incríveis da caminhada é quando o Tesouro começa a aparecer discretamente na estreita fenda no final do Al Siq.

No fim da caminhada pelo cânion surge, em meio ao brilho do sol, a fachada mais famosa de Petra: o Tesouro, em árabe “ Al-Khazneh”. É uma visão de tirar o fôlego! Apesar do nome e da imponência do lugar, nunca abrigou um tesouro, a finalidade de sua construção ainda não foi descoberta, para alguns, trata-se de uma tumba real e para outros, de um templo. Muitas marcas de bala podem ser vistas no topo da fachada do Tesouro. Os danos foram feitos por ladrões que buscavam o lendário tesouro que estaria escondido no prédio como não alcançavam o topo, eles atiravam para destruir as esculturas e tentar localizá-lo. Também podem ser vistas esculpidas ninfas e outras figuras romanas, resultado da dominação de Petra por aquele império após a queda dos Nabateus. Já o interior do prédio é fechado à visitação desde 2006. Devido ao forte comércio os Nabateus era um povo rico, e não tinham a capacidade de construir, então escolhiam os melhores e principais artistas da época de várias regiões, por isso podemos ver a diversidade de influência dessa época.

O Tesouro levou mais de 20 anos para ser construído, tem uma fachada imponente com 25m de largura e 39m de altura esculpido na própria face rochosa e rosada, faz com que tudo a seu redor pareça minúsculo. Depois que repreendemos o fôlego ficou um tempo livre para tirarmos fotos e andar de camelo, dromedários em frente a esta construção magnífica e muito doida ao mesmo tempo, pois imaginem um bloco de rocha nestas dimensões escavado e esculpido de cima para baixo, é incrível a genialidade deste povo.

Continuamos nossa experiência por Petra conhecendo a cidade, passando pelo teatro principal com capacidade para 3 mil espectadores, sendo que Petra abrigava aproximadamente 15 mil moradores. Passamos ainda pelas residências ricas, rua das fachadas, com mais tumbas cavadas nas rochas...

Ali pertinho está a escadaria de mais de 800 degraus que leva até a segunda edificação mais importante da cidade: o Monastério, um impressionante templo, esculpido em um paredão. Como nosso tempo era escasso não tivemos a oportunidade de conhecer, assim ficou mais um dos motivos para se voltar a Petra que conquistou a minha alma!

Experiência única e indescritível!

Uma vez a um certo tempo atrás vendo um documentário sobre Petra, o repórter perguntou a um beduíno: “Como vive um beduíno”? E o mesmo responde: “Forte como o deserto, leve como a areia, se move como o vento e sempre livre”.